ABF CON aborda missões internacionais e cenário econômico
Especialistas comentam como o conhecimento é atemporal e necessário para fomentar o setor de franquias no Brasil e no mundo.


Aproveitando a plenária na abertura do dia 26/10, Claudia Vobeto (Majô Beauty Club), diretora de Capacitação da ABF, em nome da entidade, convidou todos a participarem das duas missões internacionais promovidas por meio do Programa Franchising Brasil: a Convenção Anual da International Franchise Association (IFA) – o maior evento do setor de franquias do mundo – e a Conferência Anual de Franqueados Multiunidades, Multi-Unit Franchising Conference (MUFC). A participação das marcas brasileiras acontece pela parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Sobre a economia nacional e internacional, Décio Pecin (CNA), membro do Conselho da ABF, abriu o debate falando sobre o encurtamento dos ciclos dos negócios nos dias de hoje e mudanças de hábitos. O executivo também enfatizou a importância da educação e da visão financeira no franchising.
“A relevância do conhecimento transcende as épocas, sendo essencial não apenas para o crescimento individual, mas também para o sucesso do setor. A capacidade de entender e administrar finanças de forma eficaz permite que os empreendedores tomem decisões e se adaptem às mudanças do mercado para negócios mais sustentáveis”, afirmou.
Convidado ao palco, o economista do Bradesco Constantin Jancsó se destacou pela capacidade de traduzir dados complexos em insights acessíveis e contribuiu com quatro principais fatores que afetam o cenário econômico global neste momento:
– Expectativa de mais dois cortes nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (FED), Banco Central do país. O que deve afetar os preços dos ativos no Brasil, especialmente pelo potencial de redirecionamento de fluxos de capitais para mercados emergentes;
– Eleições presidenciais nos EUA, cujo resultado permanece incerto, trazendo volatilidade ao mercado global;
– Produção chinesa em alta com exportações a preços reduzidos, mas com expectativa de que o governo local promova novos estímulos econômicos internos;
– Possível agravamento dos conflitos no Oriente Médio, o que pode influenciar o preço do petróleo, adicionando novas incertezas ao mercado global.
Aqui no Brasil, Jancsó observou que os fatores externos vêm contribuindo para o desempenho da balança comercial com melhorias nos últimos anos e que o país se consolida como um grande produtor de petróleo. Além de análises mais amplas do câmbio e possibilidades de apreciação do real em 2025 – principalmente com previsões mais positivas do Produto Interno Bruto (PIB) do Agro que está mais resiliente e impulsionado pelo consumo interno, consequência da baixa do desemprego e aumento da massa salarial.
Como pontos de atenção, ele alertou, ainda, para a elevada dívida pública e “que será desafiador cumprir o arcabouço fiscal entre 2024 e 2026”. Tanto que, a perspectiva do economista é que o Brasil registre um crescimento no ano que vem, mas em ritmo menor.
Foto: Keiny Andrade


